O verdadeiro músico das seis cordas, eterno namorado de seu(a) instrumento, não aprende a tocar guitarra, ele aprende uma língua estrangeira, uma língua a qual ele precisa se fundir ao instrumento para pronunciar.
O discriminado guitarrez, ou língua das guitarras, é uma língua difícil de aprender, exige amor e dedicação, possui complicações sintáticas e morfológicas, por isso existem poucos falantes, contudo, uma vez aprendida, é a mais bela entre as de todos os continentes, e acreditem, possui tanto valor semântico quanto qualquer outra, apesar de muitos dizerem o contrário por não compreenderem a língua, quem não sabe falar latim dirá que os vocábulos latinos não têm sentido, assim ocorrerá com todas as outras.
O motivo da língua das guitarras ser tão bela, é que ela é obrigatoriamente falada em conjunto, pelo casal músico e instrumento. O que ocorre é uma fusão entre eles, as cordas da guitarra tornam-se as cordas vocais do guitarrista, que por costume, abre a boca, embora quem solte as palavras seja o instrumento, o músico sabe exatamente o que fazer com sua parceira, para que ela pronuncie as frases que deseja, e assim, unidos, o casal apaixonado fala a língua mais bonita do mundo.
O instrumento deve ser tratado com carinho, respeito e admiração. Tomemos o Sr. Steve Vai, exímio falante da língua, como exemplo, por muitas vezes ele dança valsas no palco com sua parceira, e é visível em seu rosto o amor que traz por sua parceira.
O amor e a fidelidade são requisitos indispensáveis para essa união, e volto a dizer, essa língua é unicamente falada em pares. Para você que toca guitarra, e quer aprender a se comunicar com ela e através dela, tome como ponto de partida, que é necessária a fusão, tornar-se um.
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